Dia Nacional da Visibilidade Travesti e Transexual

Bandeira Trans

29 de janeiro nesse dia comemora-se o Dia Nacional da Visibilidade Travesti e Transexual aqui no Brasil e essa data é muito significativa para a luta, que é diária, das travestis e transexuais. Mas você sabe o porquê desse dia ser tão marcante?

No dia 29 de janeiro de 2004, mulheres transexuais, homens trans e travestis foram a Brasília lançar a campanha “Travesti e Respeito” para promover a cidadania e o respeito entre as pessoas e que mostrasse a relevância de suas ações no Congresso Nacional.

Foi o primeiro ato nacional organizado pelas próprias trans e isso repercutiu muito, de maneira que não só a data é lembrada e celebrada, como diversas manifestações e passeatas aconteceram ano após ano para reafirmar a importância da vida dessas pessoas.

Bandeira Trans

Desde então, entidades e ativistas de todo país saem às ruas ou ocupam espaços políticos no exercício da cidadania, em busca de superar o preconceito, a discriminação e a violência que afetam especificamente as travestis e pessoas transexuais – pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi designado ao nascer, e que ao longo da vida buscam adequar seu corpo e outros aspectos da vida ao gênero com o qual se identifica.

Ser trans não é doença

Somente em meados de 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a transexualidade do capítulo referente aos transtornos mentais e comportamentais da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). A transexualidade passou a integrar a categoria de condições relacionadas à saúde sexual.

Apesar de alguns avanços, os números relacionados à violência contra pessoas trans ainda são alarmantes. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) o Brasil como o país que mais mata a população trans no mundo. A informação se baseia no levantamento realizado pela organização “Transgender Europe“. 

Dados da ANTRA apontam aumento da violência. Foram mais de 170 casos de assassinatos no ano de 2018. O maior índice de homicídio relacionados à transfobia em 10 anos, sendo que, a cada 48 horas uma pessoa trans é morta no país. Não existem dados oficiais sobre estes casos, já que o poder público registra como “homens vestidos de mulher”. E estes registros são buscados no noticiário de TV e nas redes sociais. O índice é muito elevado e não existe uma ação afirmativa para combater a violência que cresce cada vez mais.

Agressão a travesti Dandara dos Santos que resultou em sua morte
Agressão a travesti Dandara dos Santos que resultou em sua morte

Somado aos números de violência, as pessoas trans ainda ocupam, majoritariamente, espaços marginalizados na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho. Com isso, tendem a se manter em profissões sem regulamentação, sem segurança e vulnerabilizadas.

Segundo o grupo Transrevolução (RJ), a expectativa de vida de uma travesti ou transexual brasileira gira em torno dos 30 anos, enquanto a expectativa de vida da população média é 74,6 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Orgulho em ser uma travesti

Hoje mesmo depois da conquistas como o direito a retificação do nome e gênero para travestis, mulheres transexuais e homens trans pelo STF, ainda existem muitos casos de transfobia ao impedirem o acesso ao banheiro de acordo com seu gênero, as pessoas se sentem no direito de serem intolerantes, se sentem no direito de ofender, machucar e agredir alguém apenas pela relação dela com o mundo através do seu gênero, algo que deveria chocar, porém vemos que é um reflexo de muito do que fomos cultivando ao longo de anos, fomos aceitando e justificando piadas homofóbicas, transfóbicas, racistas, machistas, intolerantes de todas as formas e assim criando uma cultura de não aceitação daquilo que é apenas diferente porém também natural e humano, a desumanização começa na piadinha infame, no não querer ver o sofrimento alheio, achar que aquilo é algo que nunca acontecerá com você, pq você é o normal, quando na realidade você é apenas o que se espera que se seja… nada mais, uma simples peça igual a muitas outras numa linha de montagem.
O mundo não muda sendo igual.

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